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A importância de uma equipa multidisciplinar

A importância de uma equipa multidisciplinar está na sua capacidade de ver o utente como um todo, e de trabalhar para um objetivo comum: a sua recuperação.

Quando sentiu um ligeiro desconforto no final de um dia de trabalho, José não fazia ideia que estava prestes a enfrentar a maior mudança da sua vida e que de um dia para o outro nada voltaria a ser o mesmo. Em 2005, com apenas 52 anos, teve um AVC que mudou drasticamente a sua vida, afetando também a vida daqueles que o rodeavam. Uma série de complicações e problemas continuaram a surgir após isso, e 15 anos depois, José não andava, pouco falava e todos à sua volta viam a esperança dissipar-se lentamente.


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As primeiras melhorias verdadeiramente significativas surgiram num programa intensivo no ILCN – Instituto Luso Cubano de Neurologia, que aos poucos veio revelar os benefícios da reabilitação multidisciplinar. O caso específico de José espelha bem a compreensão sobre esta abordagem. Com a evolução da pandemia, as visitas ao ILCN ficaram suspensas, mas José começou um tratamento semelhante com a DCR, no conforto do seu lar.


As vantagens de uma intervenção, em que o ponto fulcral é o ser humano, cujo processo de vida envolve uma dimensão biopsicossocial, são evidentes. O utente passa a ser visto como um todo, em vez de fragmentos. As suas necessidades são identificadas e o diagnóstico é tido em consideração pelos profissionais de várias áreas da saúde. Esta interação tem o propósito de proporcionar a recuperação e bem-estar do utente. Estas equipas mantêm as suas áreas específicas e encaram o utente sob pontos de vista diferentes. No entanto, ao interligarem-se partilham informações e experiências e trabalham com um objetivo comum.


Esta abordagem permite ao profissional ter uma perceção mais abrangente, dinâmica, integrada e humanizada. Não só há o respeito pelas necessidades da pessoa que recebe os cuidados, como também o respeito pelas terapias, que ao interagirem se complementam.


No que diz respeito aos limites dos profissionais, cada elemento deve ter absoluta autonomia de trabalho naquilo que é a sua área de compressão. Assim, uma equipa multidisciplinar deve:

  • Cooperar, participando voluntariamente, apoiando as decisões da equipa e fazendo a sua parte do trabalho;

  • Compartilhar informações, mantendo a equipa informada e atualizada sobre o processo de tratamento;

  • Estar disposto a aprender com os restantes profissionais, valorizando a experiência dos outros;

  • Encorajar e motivar os outros profissionais;

  • Resolver conflitos: encorajar ou facilitar soluções construtivas para a equipa. Não esconder ou evitar o problema, mas tentar resolvê-lo da forma proveitosa.

  • Promover a continuidade da sua intervenção (ensino de exercícios) e envolvência da família).

Uma equipa multidisciplinar, na sua verdadeira essência auto constrói-se. De forma gradual, vai crescendo como um conjunto harmonioso e interessado não só na recuperação do doente, mas também no consequente crescimento dos restantes profissionais que constituem o grupo de trabalho.


As principais caraterísticas que uma equipa multidisciplinar deve ter para ter sucesso são objetivos comuns. Bem como definir os papéis de cada um, através do empenho, comunicação e respeito. E competências e aptidão para funcionar como um todo e não como um grupo de indivíduos.


Hoje, José é acompanhado por uma equipa multidisciplinar de profissionais, cuja abordagem lhe permitiu melhorar vários aspetos e atenuar muitas das dificuldades que tinha. Além disso, esta equipa tem também sido um suporte fundamental à sua família.


A intervenção de uma equipa multidisciplinar no AVC:

Para reduzir as limitações que o AVC provoca e recuperar alguns danos causados pela doença é fundamental fazer o tratamento com uma equipa multidisciplinar, mesmo depois da alta hospitalar.


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Algumas terapias que podem ser adequadas são:

  • Fisioterapia com um fisioterapeuta especializado para ajudar o utente a recuperar o equilíbrio, a forma e o tónus muscular e consequentemente os movimentos ativos de forma funcional e com menos compensações, podendo voltar a andar, sentar e deitar de forma mais independente;

  • Terapia Ocupacional através da estimulação cognitiva com realização de jogos e atividades para diminuir a confusão e os comportamentos desadequados assim como, todo o treino de AVD's (atividades da vida diária);

  • Terapia da fala com terapeutas da fala de forma a recuperar a capacidade para se expressar, assim como alterações de deglutição, caso existam.

  • Psicologia no apoio da aceitação da incapacidade por parte do utente, assim como, orientações/estratégias direcionadas para um maior e necessário suporte da família.

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