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Dificuldades de aprendizagem: um caso real

Na DCR chegam-nos casos de várias faixas etárias e ver os resultados e sucessos obtidos é sempre muito gratificante. Neste artigo apresentamos-lhe o caso de um menino de 8 anos, a frequentar o 3º ano, acompanhado anteriormente em terapia da fala durante cerca de um ano. Chegou até nós com diagnóstico de perturbação específica de aprendizagem e não demonstrava motivação e consequentemente sem resultados evidentes.


Foi pedido o nosso apoio e sugerida uma avaliação neuropsicológica, com o objectivo de caracterizar o seu perfil de aprendizagem.


Fevereiro:

Avaliação em várias sessões diferentes:

Na nossa avaliação inicial, foi feita a recolha da anamnese junto da mãe, foram aplicados  testes específicos para avaliar diferentes aspectos cognitivos, como memória, atenção, habilidades visuoespaciais, linguagem, funções executivas e habilidades motoras.


De seguida foi feita uma avaliação das competências académicas, incluindo leitura, escrita, matemática e habilidades de resolução de problemas.


Resultado da avaliação:

Compatível com um quadro de perturbação específica de aprendizagem (com características predominantes de disortografia e de dislexia) e foi aconselhada avaliação da terapeuta da Fala.

Paralelamente foram definidas estratégias psicoeducativas junto da família, articulando com a escola e centro de apoio ao estudo.


Março:

A avaliação da terapeuta confirmou o diagnóstico de perturbação específica de aprendizagem.


A Avaliação da fala não apresentou alterações e a avaliação da linguagem apresentou resultados normais para a idade nos diferentes domínios da linguagem à exceção do domínio fonológico, relacionado com as dificuldades na aprendizagem da leitura e escrita, onde também apresentou resultados abaixo do esperado para a sua idade. 


Existia a dificuldade na divisão silábica de palavras mais complexas (ex. Flor, flore; trator, tratore...tem mais exemplos) e os erros fonológicos eram evidentes na troca do C por G (camelo por gamelo) e e troca do F por V (fato por vato) levando aos respetivos erros ortográficos.


Intervenção Terapia da Fala:

Fez intervenção em terapia da fala para melhorar a consciência fonológica – atividades de evocação fonémica, atividades de segmentação silábica, ensino de estratégias de leitura, etc. com o objetivo de melhor a consciência fonológica.


Junho:

Após 4 meses cerca de 12 sessões:

Resultados evidentes da intervenção leitura menos silabada e com maior facilidade em aceder à compreensão da leitura, menos erros e mais facilidade em encadear as ideias na produção escrita.)


Foi reavaliado no âmbito da neuropsicologia, confirmou-se a evolução evidente das competências da leitura e escrita e adquiriu estratégias para contornar as dificuldades iniciais.  


Obteve também feedback positivo do centro de apoio ao estudo e da escola, resultando na melhoria dos resultados escolares 3º período. Teve alta da terapia e monitorização dos resultados escolares do ano seguinte (mantendo articulação com  a escola e o centro de apoio ao estudo).

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